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sábado, 26 de outubro de 2013

Privatizações militarizadas

        Por Claudio Pereira
        
Nos quarteis das forças armadas se ensina aos conscritos que os mesmos devem defender os interesses nacionais acima de tudo, inclusive o artigo 142 da Constituição da República diz que as Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Defesa da pátria em que sentido?
Segunda-feira, 21/10/2013, tais forças se concentraram nas imediações onde seria realizado o leilão do campo gigante de Libra, no pré-sal da bacia de Campos, objetivo: garantir a entrega dos recursos naturais do Brasil para grandes corporações estrangeiras reprimindo sem medir força quem ousasse protestar contra a pilhagem programada, o que ocorreu de fato.
Em Altamira, para garantir a concretização do projeto do complexo hidrelétrico de Belo Monte, a Força Nacional de Segurança se faz presente e até um muro foi erguido em torno da obra para evitar o acesso de “intrusos”.
No seminário Carajás 30 anos, realizado no mês de outubro na cidade de Imperatriz Maranhão, um palestrante indígena disse algo interessante, que os políticos brasileiros pilham as riquezas nacionais a favor dos estrangeiros. Como é que um país descobre uma grande reserva de minério em seu subsolo e ao invés de aproveitá-la em sua plenitude, simplesmente entrega para grupos privados lucrarem com isto? A Petrobrás detém tecnologia de prospecção em alto mar, mas a de refinamento?
Alto nível de desenvolvimento tecnológico e científico prescinde de um sistema educacional com alta qualidade para todos, coisa que no Brasil é desprezado. Dessa forma, a máxima acaba sendo a de sempre: gringos pilhem nosso território em troca de gorjetas e bugigangas! Nós fornecemos commodities e jogadores de futebol para os gringos, eles nos fornecem médicos, ciência e tecnologias patenteadas e, parabéns Zé Mané. Com tanto petróleo e hidrelétricas por aí, resta-nos reclamar dos altos preços da gasolina e das tarifas de energia.
A ditadura militar se foi, mas continua-se a praticar a política do integrar para entregar.
Uma ótima indicação  de leitura sobre o assunto em debate é o livro Carajás: A invasão desarmada de Raymundo Garcia Cota.

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