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sábado, 26 de outubro de 2013

Greve dos professores do Estado do Pará


Por Claudio Pereira
Diz o discurso que TRABALHADOR CONSCIENTE CONHECE OS SEUS DIREITOS. É o que diz o discurso, pois, na prática toda vez que o trabalhador busca seus direitos que já não são muitos, não raro se defronta com a polícia pela frente. Isto ocorre simplesmente por que a corrupta burguesia controla o poder político. Quando não é a mesma que legisla é um fantoche qualquer. Temerosa do levante popular ela precisa fingir dar leis justas ao povo. Fingir que o trabalhador tem direitos plenos. Fingir dar educação. Acredite se ingênuo for: o problema são os políticos corruptos e não o sistema econômico.
Um exemplo que ilustra o raciocínio do parágrafo anterior é a greve dos professores da rede estadual do Pará. Diante do descumprimento da lei do piso salarial por parte do governo estadual, das escolas com infraestruturas precárias, da falta de profissionais diversos nas escolas, da falta de concurso público para suprir tais carências de profissionais e o apadrinhamento político no serviço público, os profissionais da educação, abandonados pelos três poderes, recorreram à última instância permitida pelo Estado burguês: a greve. Como é de práxis, o Estado coloca no campo de batalha seu aparato midiático para confundir a opinião pública, o judiciário para declarar abuso da greve e a polícia para manter a ordem, ou seja, deixar claro que lugar de serviçal é no seu trabalho com direito apenas de ficar calado e não reclamar.
A última lambança nesse contexto foi a decisão de uma promotora do MPE do Pará que autorizou o corte do ponto dos grevistas. Em 2011, a mesma promotora chegou a decretar prisão dos lideres grevistas. Com certeza se a mesma estivesse a serviço da justiça e da sociedade paraense já teria acionado o órgão que ela preside para fazer o governador cumprir a lei do piso e sanar o problema de infraestrutura das escolas.
Outros pontos a serem observados sobre a greve são: a) a falta de credibilidade e poder mobilização de alguns sindicatos frente à categoria profissional que representam; b) o medo que muitos professores têm de aderir ao movimento grevista, pois a maioria são contratados; c) após um mês e três dias de greve, metade dos municípios do Pará não aderiram a greve, fato que fortalece o governo com seu discurso de que a maioria é contra a greve. Será? Enquanto a maioria dos professores de Belém estão na frente de batalha, aqui em Parauapebas e outros municípios do interior do estado não se vê um ato público da classe dos professores. Ressalto que a mídia de Parauapebas é extremamente comprometida com os grupos políticos e econômicos que dominam o Pará e não apoia a greve dos professores. Mais de mil e uma futilidades já foram divulgadas e debatidas na mídia local nos últimos trinta dias, mas pouco se fala sobre o movimento grevista. “Ao que parece,” para eles, educação só é importante no período eleitoral, onde o velho, mais fatal 171 da burguesia é dado no povo: educação, saúde, segurança, geração de emprego, moradia... Na educação é greve de norte a sul; na saúde é preciso importar médicos estrangeiros; na segurança pública, força policial só se for para bater e coagir trabalhador rebelde; emprego? Se tiveres um, agradeça ao patrão por tamanha misericórdia; moradia digna? Sim! Para os burgueses, pois para o proletariado, precariedade é a sina.
A burguesia é minoria ínfima e sabe das injustiças que comete, sabe também que não teria força para segurar um levante popular fruto de uma consciência crítica adquirida pela massa, por isso, controla as instituições e financia mitos, mas de vez enquando, seus legisladores e tribunais cedem as reinvindicações do trabalhador, quase sempre na pressão.

Um comentário:

  1. Olá Cláudio,

    O seu post foi o comentário/notícia mais recente que encontrei sobre a greve. Como anda o processo? Previsão para tomadas de decisão? Fim da greve? Retorno das aulas?

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