Queres ir morar nos Estados Unidos
e não preenche os requisitos legais (és pobre) para adentrar o território do
grande reino imperialista? Adquira a naturalidade cubana.
No documentário Por uma outra Globalização com o geógrafo baiano Milton
Santos, o ex-presidente dos EUA George Bush comemora o resultado positivo da
política de repressão contra os imigrantes ilegais brasileiros. O atual “democrata”
quer flexibilizar as leis anti-imigração e fixar um prazo de permanência no
país para cerca de 11 milhões de latinos. Ora, uma mão-de-obra barata não pode
ser descartada facilmente, isto contraria a mais-valia.
Ainda hoje, milhares de brasileiros tentam migrar para os países
capitalistas do norte (EUA, Espanha, Alemanha, França, Japão) em busca de
melhores condições de vida.
O que leva um imigrante viver humilhado em terras distantes? Simples: é o
fato de saber que mesmo sofrendo preconceitos, vivendo fugindo da polícia e
trabalhando precariamente nos países centrais do capitalismo, consegue ter
melhores rendimentos, pois há precariedade socioeconômica e pouca expectativa
de êxito econômico no seu país de origem. Não é fácil sobreviver em um país que
é a sexta maior economia do mundo, mas que ocupa a posição de 84º no ranking do
IDH dos países.
Vergonhosamente, o governo tenta esconder do povo as contradições sociais
do Brasil. Leiloa as riquezas e empreendimentos estatais a preços irrisórios,
ao passo que os problemas sociais só agravam.
Os jornais por sua vez, vacilam na contradição com matérias tendenciosas
e servis aos interesses da burguesia e do governo. Hoje por exemplo, divulgaram
que a maior parte da população das favelas do Rio de Janeiro está na classe
média. Baseado em que critério se chegou
a um resultado deste senão através de um critério puramente ideológico?
A flagrante contradição chega a ser cômica, pois ao passo que divulgam
matérias da natureza da supracitada, as demais são repletas das mazelas que
assolam a maioria da população brasileira cotidianamente, tipo epidemias
sazonais causadas pela falta de educação do povo e por falta de infraestrutura
das cidades, violência no trânsito, bandidagem que se estende dos barracos da
cidade ao congresso e as grandes corporações, escolas sem teto, sistema de
saúde precário, déficit público crescente, corrupção generalizada etc.
Será que a dissidente cubana Yone Sanches assiste jornais brasileiros?
Será que a mesma teria plena segurança ao circular sozinha pelas ruas das
medias e grandes cidades brasileiras sem correr o risco de ser assaltada ou
sentir o odor proliferado devido à precariedade do saneamento básico? Será que
consegue explicar porque Cuba enviou 1200 médicos para o Haiti enquanto o
Brasil enviou o exército e a seleção brasileira? Ou então, porque aqui são
sempre os mesmos governantes? Ou porque apenas seis famílias monopolizam todos
os meios de comunicação do país ao seu bel prazer? Porque o seu país, mesmo
sendo vitima de uma nefasta perseguição política têm indicadores sociais
comparados e em alguns casos até superiores aos dos EUA e do Canadá? Ou então, porque
a burguesia só se preocupa com Cuba, ao passo que se esquece e saqueia as
pequenas e miseras nações do mundo subdesenvolvido?
Farsas a parte caros leitores, o que me levou escrever este pequeno texto
foi o fato de como os Estados Unidos são convenientes na questão da imigração
no seu território. Os imigrantes cubanos são os únicos entre os países latino-americanos,
africanos e a maioria dos países asiáticos com tratamento diferenciado ao
pegarem o destino dos Estados Unidos. Claro que isto não tem nada de
humanitário, na verdade não passa de mais uma estratégia nefasta dos ianques
para minar a heroica resistência do socialismo cubano.