Gostaria que alguém me explicasse
como uma empresa que tinha valor avaliado em torno de 90 bilhões de reais e foi
privatizada por 3 bilhões há 15 anos, que anuncia lucros bilionários anualmente
(37 bilhões em 2011), que recebeu recentemente o maior empréstimo concedido
pelo BNDES a uma empresa privada no Brasil (7,5 bilhões de reais), que possui
uma divida de 30 bilhões frente a receita federal, que tem sua principal mina
em Parauapebas-PA, município este, que até outubro deste ano já exportou US$ 7,905 bilhões (primeiro do país), mais que deste
montante receberá apenas 2% de CFEM (royalties), que alega está em crise, mesmo
com um lucro superior a 23 bilhões de reais até o terceiro trimestre deste ano e
que recebeu no ano passado o título de maior poluidora do mundo de organizações
de proteção ao meio ambiente, pode ser apresentada ao povo como sinônimo de progresso e solução dos problemas socioeconômicos da áreas em que atua?
O migué dos reacionários de plantão para os desinformados é de que o governo controla parte das ações da Vale. Isto seria
válido se a Previ não fosse um sistema de previdência privado de funcionários
de uma instituição financeira de economia mista: o Banco do Brasil; que Parauapebas arrecada
milhões com o CFEM (royalties). Tais royalties são irrisórios se compararmos os lucros auferidos pela empresa com as demandas socioeconômicas e ambientais do município (acrescente-se a isto os desvios por parte dos políticos); não se fala que
quem decide e lucra realmente são grupos sediados nos países capitalistas do
norte. Falam que a exportação favorece o crescimento da balança comercial brasileira. Até quando? E como? O país exporta commodities baratos, pouco arrecada e importa produtos industrializados mais caros. Isso favorece a balança comercial brasileira?
Diz um antigo adágio português que conselho de raposa é morte de galinha. Até quando seremos enrolados e ficaremos batendo palmas para nossos adversários?