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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Tudo que a atena captar meu coração captura


Hoje é 1º de maio de 2013, dia do trabalhador. Ao assistir o JH algo me chamou à atenção: trabalhadores dançando no Brasil e outros fazendo protestos mundo a fora. Com tanto trambique nem Europa Ocidental suporta.

                             http/www.google.com.br/search?q=charges+da+críse+europeia&tbm
         Garrastazu na época da ditadura militar disse uma vez que adorava chegar em casa e assistir os jornais globais, pois as notícias veiculadas por eles mostravam a tranquilidade no Brasil e o caos no resto do mundo.

Essa é a ideia que nunca muda: passar a imagem de que as coisas por aqui estão em paz, todos estão bem! Acomodar. O pior é que a farsa cola, pois a maioria dos trabalhadores padece de consciência crítica. A burguesia que nada tem de boba controla e pisa forte no sistema educacional brasileiro. Criar cobra para nos morder? Isso é o que passa pela mente insana de quem controla qualquer modo de produção corrupto. 
         O salário mínimo está sendo reajustado abaixo da inflação real, os zeros aumentam à direita do mesmo, mas seu poder de compra sucumbi frente à elevação dos preços das mercadorias e dos serviços. Para acalmar, o governo já anuncia o “aumento” do ano seguinte já nos meses iniciais do ano.

A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte
Domingo eu quero ver o domingo passar

As frases acima são de músicas da banda titãs. Ambas são uma crítica ferrenha a um modelo de sociedade em que o trabalhador luta pela subsistência, sem garantia de estabilidade no emprego, espaços dignos para desenvolvimento cultural e intelectual. Sem ter aonde ir, fica fadado a assistir programas de TV, ironicamente feitos por aqueles que pilham o trabalhador de verdade.
         Outro dia, um locutor esportivo suplicava pela presença de torcedores nos novos estádios, mas reconhecia o preço elevado dos ingressos. É constrangedor saber que um desses estádios custou cifras bilionárias para os cofres públicos e agora querem privatizá-lo por valor irrisório comparado com os gastos. Isto por acaso é novidade?

Há um comercial de TV que mostra um modelo de automóvel atual às pessoas dos anos 70 do século XX e diz que o Brasil é um país rico na atualidade. O cômico dessa história alienante é que naquela época o Brasil já frequentava o grupo das oito maiores economias do mundo. Atualmente é o sétimo maior PIB, entretanto ocupa o 85º IDH dos países, e olha que o IDH é um instrumento ambíguo de medição de qualidade de vida.
          Entre 1949, época da luta bipolar EUA x URSS e 1997, época do apogeu do neoliberalismo no Brasil, a participação da remuneração dos trabalhadores, incluindo os servidores públicos, na renda nacional decresceu em escala preocupante: de 56,5% para 38,2%.

Em 2006, havia 162.000 escolas no Brasil das quais 129.000 não tinham internet; 25.000 não tinham eletricidade; 40.000 não tinham biblioteca e 10.000 não tinham banheiro.
         Os dados sobre deterioração da renda foram retirados do livro: Direito Constitucional do Trabalho do ex-ministro do TST Arnaldo Süssekind. Os das escolas brasileiras, do documentário: Pro dia nascer feliz.

Duvido que isto tenha mudado? Em um documentário mais recente: Estudo de caso sobre a hidrelétrica do Xingu, uma professora faz enorme esforço para ministrar aula para quatro turmas das séries iniciais num galpão desprovido de infraestrutura na zona rural de Tucuruí.
         Salários incompatíveis com as necessidades básicas da maioria dos trabalhadores, falta de moradia, sistema de saúde e de transporte públicos precários... Se não têm, pague. Pra completar amigo uma música de péssima qualidade desprovida de pudor e intelectualidade.

Tudo isto acontecendo e a maioria espera por dias melhores e receitas mágicas de um governo burguês.