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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ditadura ressurge sob "nova" roupagem

Por Claudio Pereira

 “Meu otimismo está baseado na certeza de que esta civilização vai desmoronar. Meu pessimismo em tudo aquilo que ela faz para arrastar-nos à sua queda”.
Jean-François Brient - Documentário A Servidão Moderna

O sistema está em crise por vários lugares do mundo, a luta de classes se acirra. Para retardar o processo revolucionário das massas, o cotidiano dos ideólogos burgueses é dar explicações antagônicas, fracassadas e sem sentido ao povo, por exemplo: o endividamento dos trabalhadores decorre da incompetência administrativa do seu dinheiro e não dos míseros salários que recebem; a corrupção será extinta dentro no sistema capitalista simplesmente votando correto em políticos honestos, enquanto as grandes corporações moldam o sistema jurídico aos seus interesses econômicos; num momento falam que o entrave do crescimento econômico é a elevada taxa de juros em outro que o FMI recomendou a elevação da mesma como fórmula de crescimento; que conhecer seus direitos soluciona o problema, mas quando agimos assim enfrentamos a morosidade da justiça, os antagonismos de leis falaciosas e a força policial, por exemplo: governador desrespeita a lei, mas há juízes que entram com liminar decretando ilegalidade de greves de trabalhadores que simplesmente exigem o cumprimento de tais leis; dizem que reforma agrária é coisa do passado, quando o problema da mobilidade urbana tem como uma das causas o êxodo rural por falta de reforma agrária; que salários elevados para professores resolve o problema da educação. Juízes de Direito recebem salários elevados comparados ao dos professores, nem por isso resolvem o problema da justiça brasileira; falam de sustentabilidade, mas a todo o momento incitam o consumismo; Já chegaram a decretar até o fim da história e da luta de classes. Shakespeare certa vez disse: que época terrível esta, em que idiotas dirigem cegos. Isto ainda é atual.
Eu poderia citar uma centena de exemplos da natureza dos supracitados, mas vou discorrer sobre um tema que está chamando à atenção: a utilização da lei de segurança nacional contra manifestantes que usam máscaras em protestos Brasil a fora.
Trabalhadores cansados do deboche e do desrespeito da burguesia e de suas instituições no que tange a seus direitos elementares que protestarem utilizando qualquer coisa que dificulte a identificação do seu rosto poderão a partir de agora ser enquadrados na lei de segurança nacional e ter sua vida rastreada e monitorada. E-mails, telefone terão sigilo quebrado. Medidas desta natureza são de se esperar, sobretudo no Brasil, onde muitos dos golpistas e apoiadores da ditadura militar de 64 estão aí em cargos dos três poderes, na mídia e no comando de empresas privadas. Na verdade, a ditadura foi para manter o status quo, coisa que os livros e a mídia não nos contam. Ressalta-se que a lei nº 7.170 (Lei de Segurança Nacional) foi outorgada em 1983, ano em que o processo de “redemocratização” estava em andamento. Ainda há quem confunda o fato de que quem era contra a ditadura era de esquerda, comunista ou a favor da democracia plena. Democracia burguesa é o pobre calado resignado a aceitar ordens e desordens, se foge a isto, a máscara do sistema cai e a repressão se instaura através da força policial, judicial, econômica e midiática e não obstante outra ditadura.
Estados e municípios podem legislar desde que suas constituições e leis orgânicas não contrariem a carta magna. A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro não entende assim e feriu este princípio aprovando uma lei proibindo o uso de máscaras em protestos. O indivíduo será preso pelo simples fato de usar máscara. Isto não seria uma contravenção penal? Negar tirar a máscara e identificar-se para o policial? A referida lei é inconstitucional, mas não é assim que os reacionários temerosos da mobilização popular entendem. O processo é lerdo para o lado do trabalhador, mas extremamente veloz quando é para defender e proteger os interesses da burguesia.
Mesmo desarticulados ou coagidos, cresce a cada dia entre trabalhadores de todo o mundo a descrença nas instituições do Estado burguês. No Brasil não vai tardar uma greve geral, pois há greves de categorias profissionais o ano inteiro de norte a sul, de leste a oeste, mas estas estão acontecendo de forma isolada.  
 

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