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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Serra Pelada na mira da sanha do capital internacional que mina as riquezas naturais do Pará e deixa como legado a poluição, pobreza e migalhas.


                                        Foto: Sebastião Salgado
Por Claudio Pereira

No início dos anos 80, o garimpo de Serra Pelada simbolizava esperança de riqueza para milhares de brasileiros que se deslocavam para lá de diversos lugares do Brasil, além de proporcionar a imigração para a área do Programa Grande Carajás, algo que há anos era intento do governo estadual e federal. Poucos conseguiram fortunas, mas a maioria dos trabalhadores permaneceu na pobreza e muitos ainda sonham com o eldorado. Em 1990, o garimpo foi fechado e de lá para cá uma batalha vem sendo travada entre garimpeiros e o grande capital fortemente ajudado pelo governo.
Recentemente houve um violento atrito entre garimpeiros e a policia militar do Estado do Pará. Os garimpeiros insatisfeitos com a postura da Colossus e a forma como está sendo feita a divisão do ouro (51% para a empresa e 49% para a cooperativa), tentaram ocupar a mina de ouro que está sendo construída pela empresa canadense.
O direito de propriedade foi garantido pela força policial, mas fica a pergunta: e o direito dos garimpeiros, cidadãos brasileiros, como fica?
Se depender do governo brasileiro sempre servil aos interesses do capital internacional o status atual provavelmente será mantido: empresa lucrando e garimpeiros sonhando.
As grandes empresas como dizia o renomado geógrafo baiano Milton Santos não tem responsabilidade moral e social, elas desorganizam o território onde se instalam e geram problemas para as populações locais. Isto é evidente, sobretudo na área de abrangência do Programa Grande Carajás no sudeste do Pará. Grandes empresas que geram uma meia dúzia de empregos, no qual poucos desses empregos são remunerados condignamente, são favorecidas por leis facilitam e sacia o lucro das mesmas, que repassam migalhas (se comparados ao lucro das mesmas) para as prefeituras e o Estado. A prova disto é Parauapebas que recebeu 427 milhões de reais de compensação financeira por exploração mineral – CFEM em 2012 enquanto no ano de 2011 a Vale teve um lucro liquido de 37,8 bilhões de reais. A lógica é: as empresas ficam com o lucro e os governos com os problemas sociais, ambientais, infraestruturais etc. Quando os desmando dessas empresas são questionados pelos trabalhadores, o Estado brasileiro convoca todo seu aparato bélico e judicial para defendê-las e protege-las. A falácia é de que estas empresas geram desenvolvimento, quando simplesmente pilham as riquezas naturais do Brasil.

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