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domingo, 5 de agosto de 2012




Este texto é uma adaptação de outro que fiz há quatro anos quando residia no município de Imperatriz – MA. É no período eleitoral que o descalabro, a queima e a farra com dinheiro público se multiplicam. Tudo parece tão evidente. Vale tudo pra se garantir no poder. O que não vale são as leis, o combalido judiciário, o povo.


Os Et´s estão chegando.
Por Cláudio Pereira





Está aberta a temporada de caça ao eleitor. A partir de agora a população, sobretudo das áreas periféricas de variadas cidades brasileiras, será visitada por seres que vivem nos jardins suspensos da Babilônia e que a cada quatro anos descem para visitar e bajular seus fieis eleitores (súditos patrões). Colocarão suas mascaras, descerão de suas aeronaves e andarão por ruas putrefatas, irão a palafitas sobre riachos poluídos, visitarão obras faraônicas, desfilarão sobre periferias sem a mínima infraestrutura, subirão e descerão calçadas desniveladas, irão sentir o calor do sol forte na pele macia da sombra e do ar condicionado, verão terrenos alagados encestados de mosquitos (provavelmente a venda de repelentes aumentará neste período), abraçarão velhinhas, beijarão crianças descalças, estenderão as mãos ao senhor da esquina e quem sabe até degustarão uma vereda curtida, provavelmente soltarão um sorriso amarelo e sarcástico, daqueles: Nossa! É só um mau momento a superar. Ao lado deles, um aparato de câmeras, flash, microfones e bajuladores de todos os naipes. O circo está armado para passar a rasteira no eleitor.


The same old choice.

A mesmice de sempre, alicerçada por uma mídia comprometida que faz a cabeça do eleitorado pra que vote nos candidatos dos patrões. Os mesmos de tantas eleições, dos mesmos partidos aristocratas que contribuíram diretamente para “construir” espaços geográficos alicerçados na desigualdade e na falta de planejamento.
 Se depender da mídia e do político trapaceiro, creia, oh! Ser votante! Jamais pretenderão encontrar a sua frente aquele ser extraordinário, consciente, pleno conhecedor da república, do mandato de Direito civil ou público, do sufrágio, do escrutínio, da democracia liberal, do parlamentarismo... Nem nos seus piores pesadelos. Pode ter certeza.
Vote eleitor! Eles suplicarão teu voto, recorrerão a baixaria e ao “infalível” assistencialismo, já que são destituídos de argumentos e projetos alguns, senão, o de engordar o próprio bolso. Se vacilar novamente elegendo a velha corja de retrógrados que, a cada quatro anos lembra que você existe, estará contribuindo e muito para tudo de errado que aí está. Depois de enrolá-lo, eles voltarão ao andar de cima e só visitarão você através das antenas, contando mil e uma mentiras pra acalmar tua decepção. Toda hipostasiação fica por conta da nossa “bela” mídia.
Eles foram eleitos para solucionar os problemas da cidade, mas acabarão se tornando mais um entrave. O prefeito passará todo o seu pleito dizendo que não trabalha por causa do gestor passado ou das verbas escassas. Ele comprará vereadores com síndrome de corrupção e fará licitações fraudulentas.
Ridiculizarão você trabalhador, aumentando os próprios salários de forma exorbitante. Trabalharão três dias por semana ou algumas horas por dia. Enquanto a você: já é negado o direito à informalidade.
        Entendeis agora o motivo de uma gente tão corrupta? Você não os colocou lá?
        Dê uma chance a si.  Verás o quanto tens errado historicamente em detrimento não deles, (os parasitas), mas de nós mesmos, Oh, ser que pertence à maioria! Quem leva esta “nação” para frente?
Outro dia, a mediocridade que impera no mundo que não sonha, cruzou o meu caminho. Alguém disse: se soubesse, teria votado na Roseana. Chegamos a este ponto? Oligarquia ou aristocracia? Lula ou PSDB? Ruim ou péssimo? Bush ou Clinton? Rouba mais faz? Será que somos tão medíocres pra não acharmos uma alternativa? Chega de maniqueísmo.
 As instituições burguesas agem de maneira “onisciente”, onipresente e onipotente nesse período da nossa história com todo seu nefasto aparato ideológico. O caminho que ela nos oferece é o da subserviência, com certeza. Mas se percebermos a infame ideologia, abriremos a construção para uma sociedade autogestionária livre de hedonistas que só pensam numa coisa: perpetuarem seu poder político e econômico dentro da lógica capitalista. 

Cláudio Pereira dos Santos é Geógrafo graduado pela Universidade Estadual do Maranhão, estudante de Direito da UFPA, professor e cartunista.

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