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sábado, 14 de junho de 2014

Falácias que conformam

Por Claudio Pereira
 

 
Recentemente a presidenta Dilma Rousseff deu uma entrevista em cadeia nacional contrapondo os “pomposos” gastos com educação e saúde nos últimos quatro anos com os “humildes” gastos da construção das arenas para a copa. Discurso fajuto e ideologizado, pois se os investimentos nos setores educacional e de saúde tivessem sido proporcionais aos das arenas, a infraestrutura das escolas e hospitais estariam provavelmente equiparadas ao padrão FIFA dos estádios.
 Dados de 2005 mostram que, de todas as escolas brasileiras - somando ensino fundamental e médio -, 12.231, ou 6,5%, não têm sequer um banheiro e que em 2002, havia no país 192.193 escolas (169.075 de ensino fundamental e 23.118 de ensino médio) e 186.288 (162.727 e 23.561, respectivamente) em 2004. O censo escolar também mostra que, em 2005, 25.821 escolas (13,8%) não tinham energia elétrica e 40.972 (22%) tinham apenas uma sala de aula. E apenas 48.272 escolas (25,9%) tinham acesso à internet, não necessariamente disponível aos alunos. O número de instituições com laboratórios de ciência é ainda menor: apenas 25.399 (13,6%).
Se você quiser mais dados da pesquisa, os números, de 1999 a 2005, sobre educação infantil, ensino fundamental, médio e superior estão disponíveis no site edudatabrasil.inep.gov.br.
São Paulo, maior cidade do país, o ensino fundamental e médio nas redes municipal e estadual apresentam situações precárias. Atualmente, apenas 12,4% das escolas públicas têm bibliotecas. Além disso, de cada dez colégios, apenas três abrigam laboratórios de ciências.
No Pará não é diferente, ainda mais em um estado onde grandes conglomerados transnacionais pilham as riquezas naturais com plena anuência dos governos, da burguesia nacional e ingenuidade do povo. Mesmo tendo o município que mais exporta no país, o governo do Pará recorre a empréstimos frente a organismos multilaterais internacionais para quem sabe, amenizar problemas estruturais de base nas áreas da educação e da saúde.
Tais mazela são graves e só são destaque na mídia patronal de massa por dois motivos: 1) como é impossível esconder o caos, fingir está preocupado é uma forma de não reincidir no erro de Maria Antonieta e garantir o status quo do sistema socioeconômico; 2) quando a mesma sobe indiretamente no palanque para promover ou deturpar a imagem de aliados ou adversários da burguesia. Por que será que têm idiotas vaiando a presidenta antagonicamente dentro dos estádios?
O problema é cosmopolita. Em uma pequena, média ou grande escala, não há ente federativo que esteja imune a tal mazela que só será extirpada do nosso cotidiano no dia em que nós trabalhadores formos sujeitos ativos dentro do processo educacional e não meros coadjuvantes, vítimas de um sistema educacional ideologizado e classista dirigido pelos inimigos históricos da classe operária.

Brasileiro é hospitaleiro.
Tenho minhas dúvidas quanto a isto.
Acho que isto depende da região, do país e da classe social de quem chega.
Quem não está por dentro do controverso incidente envolvendo os governos dos estados do Acre e de São Paulo no que tange os imigrantes haitianos? Ou então dos nordestinos no Centro-Sul? Ou ainda dos favelados no Rio de Janeiro?
Enquanto o turista gringo é bem recebido (cuidado com os assaltos), brasileiros estão sendo barrados dia e noite pelas controversas UPP’s. Mão na cabeça e documento é a rotina de quem não habita áreas ricas nos espaços urbanos deste país. Frequentar áreas nobres só se for para fazer o serviço pesado. Isto nos faz lembrar do famigerado apartheid na África do Sul.

Se nos limitarmos às aparências de frases feitas, não nos daremos conta de que o intuito de quem as profere é apenas cegar o povo para problemas gravíssimos como os supracitados. O discurso é sempre de grandeza e riqueza, mas a realidade é de tamanha pobreza, ainda mais em um país onde 15 famílias tem riqueza equivalente ao PIB de todos os estados da Região Norte.
Conscientizar, unir e organizar o povo por quê? Isto cheira a revolução.
Dica de documentário: The Price of the World Cup.

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